Nuclear? Não, obrigado! Movimento Ibérico Antinuclear

by | Set 17, 2018 | sem categoria | 0 comments

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MOVIMENTO IBÉRICO ANTINUCLEAR

O MIA – Movimento Ibérico Antinuclear emitiu em 25 de Setembro de 2020 a nota de imprensa que se segue. A Campo Aberto, que integra o MIA, e desde a primeira hora se situou na tradição do Movimento Antinuclear Português que remonta a pelo menos 1974 e teve um ponto alto em 1976 na marcha do povo de Ferrel (Peniche) de rejeição de uma hipotética central a instalar na freguesia, continua a participar na medida do possível, atualmente mais focada na campanha de portugueses e espanhóis pelo encerramento da central de Almaraz, situada perto da fronteira luso-espanhola de Elvas-Badajoz.

A seguir a essa informação transcreve-se uma outra relativa à manifestação de 10 de outubro de 2020 por ocasião da Cimeira entre os representantes dos dois governos ibéricos.

Informação

O movimento ibérico antinuclear em Portugal elege nova comissão coordenadora e reitera pedido de reunião com o ministro do ambiente de Portugal

A Assembleia Geral do Movimento Ibérico Antinuclear em Portugal (MIA PT) reuniu quinta feira 24 de setembro (via online) para eleger a sua Comissão Coordenadora e definir a agenda dos próximos meses.

As questões do nuclear continuam a ser um tema de enorme importância para Portugal, tendo em conta os recentes desenvolvimentos em Espanha que indiciam a continuação do funcionamento da Central Nuclear de Almaraz por mais 8 anos. Reafirmamos que um acidente em qualquer dos dois reactores da central de Almaraz constitui um perigo sem precedentes, não só para o território espanhol, mas também para toda a bacia do Tejo, em Portugal, com incidência extrema nas regiões fronteiriças.

Com efeito, e contrariamente à decisão prévia de encerrar a Central em 2021, o Conselho de Segurança Nuclear de Espanha deu um aval positivo à intenção da empresa em prolongar o seu funcionamento até 2028. Aguarda-se agora a decisão final do Governo Espanhol que, tudo indica, irá aceitar a proposta.

O MIA PT considera esta situação inaceitável e não compreende como o Governo Português permanece completamente passivo em relação a uma situação que tem implicações profundas numa parte significativa do território português.

Tendo sido solicitada uma reunião com o Ministro do Ambiente a propósito desta questão, à qual não foi dada qualquer resposta, o MIA PT irá insistir junto do Ministério do Ambiente e Ação Climática. São, ainda, previstas acções que continuarão até ao encerramento definitivo da central de Almaraz (e de todas as outras) e ao seu desmantelamento em segurança.

O MIA PT irá também acompanhar os procedimentos para a realização da Cimeira Ibérica que se deverá realizar nos próximos meses em Portugal (após o seu recente adiamento).

Também está a ser organizada uma Conferência Ibérica, em conjunto com o MIA em Espanha, a decorrer online e em data ainda a definir, que irá debater temas relacionados com o nuclear e os territórios e sustentabilidade.

A Comissão Coordenadora agora eleita é composta por: Ana Silva (Movimento ProTejo/Eco-Cartaxo), António Minhoto (AZU),  Carla Graça (ZERO), José Janela (Quercus), José Louza (Ecocartaxo/ ProTejo), José Moura (ProTejo/AZU) e Romão Ramos.

Para mais informações, contactar: 966 395 014 – António Minhoto, 960207080 – José Janela.

O MIA é um movimento composto por colectivos ambientalistas e instituições de Portugal e de todo o Estado Espanhol. Em Portugal integra cerca de 30 coletivos.

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CONCENTRAÇÃO PELO ENCERRAMENTO DA CENTRAL NUCLEAR DE ALMARAZ
10 DE OUTUBRO DE 2020, NA GUARDA

NO DIA DA XXI CIMEIRA LUSO-ESPANHOLA,
O MOVIMENTO IBÉRICO ANTINUCLEAR CONCENTRA-SE
PELO ENCERRAMENTO DA CENTRAL NUCLEAR DE ALMARAZ

[Foi convocada para  o dia 10 de Outubro, pelas 9.30 horas (hora portuguesa), na Alameda de Santo André, na Guarda, uma Concentração Ibérica Antinuclear dirigida a  ativistas ambientais dos dois países].

Esta concentração é organizada pelo Movimento Ibérico Antinuclear, que no dia e no local da realização da XXI Cimeira Luso-Espanhola pretende sensibilizar a opinião pública e os Governos dos dois países para os perigos que representa a Energia Nuclear, nomeadamente a continuidade em funcionamento da Central Nuclear de Almaraz e o projeto de exploração de urânio em Retortillo, junto à fronteira com Portugal.

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Mais uma vez, diversas organizações espanholas e portuguesas que lutam pelo encerramento da Central Nuclear de Almaraz, que fica situada junto ao rio Tejo, na província de Cáceres, em Espanha, a cerca de 100 km da fronteira com Portugal, vão-se juntar para exigir medidas mais firmes por parte dos dois Governos. Nesse sentido, o MIA – Movimento Ibérico Antinuclear pretende entregar aos representantes dos dois Governos uma carta que alerte para alguns dos principais problemas do Nuclear na Península Ibérica.

ENCERRAR CENTRAL NUCLEAR  OBSOLETA
Para o MIA, a eventual continuação do funcionamento da Central Nuclear de Almaraz pós 2020, corresponderia a uma decisão errada, irracional e de gravidade extrema, pois a mesma viabilizaria que a Central de Almaraz, totalmente envelhecida e obsoleta, continuasse a trabalhar e a colocar toda a Península Ibérica em risco até ao ano de 2028. A Central Nuclear de Almaraz está, atualmente, muito perto de atingir os 40 anos de idade e já deveria ter encerrado em 2010, com perto de 30 anos de funcionamento, e quando as condições de segurança já o exigiam. Contudo, esta Central, que está já a funcionar desde o início dos anos 80, acabou por não encerrar na data prevista – Junho de 2010 – devido ao facto do Governo Espanhol da altura ter, contrariamente às anteriores intenções, prolongado o prazo de funcionamento da Central por mais 10 anos, até Junho de 2020. Agora, os cidadãos ibéricos vêm-se de novo confrontados com mais um possível adiamento do funcionamento desta Central, desta vez por mais oito anos, facto que é inadmissível e contrário a tudo aquilo que tem sido manifestado pelos cidadãos de Espanha e de Portugal.

Para o MIA é indispensável que, caso o Governo Espanhol pondere renovar a licença desta Central Nuclear, realize a necessária e indispensável Avaliação de Impacte Ambiental Transfronteiriça, de modo a legitimar a eventual continuação em funcionamento desta Central Nuclear pós 2020, e uma vez que este é um projeto suscetível de produzir um impacte significativo em território português.

Lisboa, 9 de outubro de 2020
A Comissão Coordenadora do MIA em Portugal

MIA – Movimento Ibérico Antinuclear

O MIA é um movimento composto por colectivos ambientalistas e instituições de Portugal e de todo o Estado Espanhol. Em Portugal integra cerca de 30 coletivos.

A REJEIÇÃO DO NUCLEAR 1974-2018 E O FUTURO DA ENERGIA EM PORTUGAL
Colocado em 17 de setembro de 2018

Veja diretamente o suplemento Pela Vida – 1978

AS ORIGENS
Em 1974, no seio do recém-criado Movimento Ecológico Português, já se defendia uma moratória para quaisquer planos de construir centrais nucleares em Portugal. Cidadãos como Afonso Cautela (1933-2018), J.J. Delgado Domingos (1935-2014) e Gonçalo Ribeiro Telles tinham-se já pronunciado publicamente pela rejeição do nuclear. Em 1976, tendo constado que o chão da sua aldeia fora escolhido para a implementação de uma primeira hipotética central nuclear no país, a população de camponeses e pescadores de Ferrel, no concelho de Peniche, realiza a sua histórica marcha de 15 de março, rejeitando esses planos. Em 20 e 21 de janeiro de 1978, realiza-se nas Caldas da Rainha e Ferrel, sob os auspícios do semanário Gazeta das Caldas  e em resultado de um ano de preparação de uma coordenadora nacional de grupos ecológicos, o Festival Pela Vida e Contra o Nuclear, que exprime uma vigorosa rejeição da via energética nuclear e revela a existência de um forte sentimento antinuclear na opinião pública, dando-lhe decisivo impulso que o tornaria em breve um sentimento dominante.

PORTUGAL DE FORA
Por essas razões (e por outras mais comezinhas como a debilidade económica do país e o início do descrédito mundial e declínio da indústria nuclear), Portugal pôde escapar aos alçapões que atormentam os países possuidores de centrais nucleares – até a intensamente nuclearizada França, que por isso mesmo se vê hoje em palpos-de-aranha para «sair do nuclear» como cada vez mais lho exigem os seus cidadãos. O que, como lembra Susana Fonseca, membro da cooperativa Coopérnico que corajosamente promove entre nós a energia solar, explica em grande parte a importância das fontes renováveis de energia no fornecimento das necessidades de eletricidade em Portugal. Assim ligando, de forma clara, o que aconteceu em 1976 em Ferrel como o passado que marca o presente e o futuro da energia em Portugal.

RECORDAR NÃO BASTA
Tudo isso é oportunamente recordado em PELA VIDA – 1978 : 40 anos do Festival pela Vida e contra o Nuclear, um encarte de quatro páginas que o semanário Gazeta das Caldas publicou em 31 de agosto de 2018, retomando o mesmo título de um suplemento que editou durante muitos anos a partir de 1977 e que foi criado precisamente para servir de elemento aglutinador na preparação do referido Festival, além de repercutir toda a panóplia de temas do movimento ecológico mundial e também português, ao arrepio da relativa novidade e incipiência desses temas em Portugal, então ainda bastante alheio à importância e urgência deles.

Esse suplemento comemorativo, com elementos de importância histórica para a compreensão do Portugal nascido do 25 de Abril de 1974, fica assim ao alcance de todos os interessados, também na sua versão digital.

RÁPIDO SUMÁRIO
Na sua primeira e última página, com o título  «Ferrel 1976-78: então e hoje, que significado?», pode ler-se um artigo de memórias e atualização escrito pelo presidente da Campo Aberto, José Carlos Costa Marques. O editorial do suplemento é de José Luís Almeida e Silva, diretor da Gazeta das Caldas. Encontram-se ainda artigos de António Eloy, Jacinto Rodrigues, Susana Fonseca, Francisco Castejón, Inês Grandela Lourenço, João Guerreiro (neste faz-se uma curiosa comparação entre o caso de Ferrel em 1976 e o do «furo» petrolífero no atual Algarve) e João Freire.

Seguem-se alguns outros artigos sobre o nuclear neste sítio digital.
Encontrará mais se na função de pesquisa digitar «nuclear» : 

Somos todos moradores de Ferrel

Sol Sorridente – Nuclear Não Obrigado – Fechar Almaraz

Perigo Nuclear, Alternativa Solar

35 anos depois de Ferrel, Península Ibérica exige o fim da energia nuclear

Nuclear em Portugal? Não, mais do que nunca

https://www.campoaberto.pt/wp-content/uploads/2010/02/Sol_Sorridente_0.pdf

19 de Março – Concentração contra o Nuclear

 

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