Comunicado d’ O Movimento em defesa dos Jardins do Palácio de Cristal
O desdobrável profusamente distribuído na cidade pela Câmara do Porto, subscrito pela Portolazer-EM, pelo “futuro Consórcio gestor do Palácio em parceria com a PortoLazer” e pelo arquitecto José Carlos Loureiro, em que, a pretexto de esclarecimento público se acusa os promotores do Referendo em Defesa dos Jardins do Palácio de Cristal de ”faltar à verdade e persistente desinformação“, não passa de mais um acto de pura propaganda, contrário aos procedimentos participados, como deveria ser uma gestão democrática da cidade.
Não, senhor Presidente, não basta ser eleito. Um presidente de câmara não é dono mas apenas intérprete dos destinos da cidade, que deve ouvir para todo e qualquer acto que altere estruturalmente as questões do urbanismo. Sendo que os cidadãos se pronunciaram há bem pouco tempo sobre o PDM, que salvaguardou os jardins do Palácio de Cristal que V. Exª., agora, quer mutilar.
E A DESTRUIÇÃO DOS JARDINS TEM MÚLTIPLOS ASPECTOS:
1 – Há destruição dos Jardins do Palácio de Cristal quando o espaço deixa de ser jardim e passa a ser edificado;
2 – Há destruição dos Jardins do Palácio de Cristal quando o bucolismo, a tranquilidade, o naturalismo e o sossego dos utentes é perturbado por gente que aí vai massivamente por razões meramente empresariais;
3 – Há destruição dos Jardins do Palácio de Cristal quando um lago histórico, presente no imaginário da cidade, é significativamente destruído com nova construção e a parte restante transformada num ridículo espelho de água;
4 – Há destruição dos Jardins do Palácio de Cristal quando se eliminam diversas espécies arbóreas e o habitáculo de gansos, patos e peixes, para falar apenas na fauna mais visível, e a relação pedagógica e de lazer aí vivida por muitas crianças;
5 – Há destruição dos Jardins do Palácio de Cristal quando se transforma a relação visual do pavilhão com a paisagem aberta a sul e ao rio, o que hoje constitui uma imagem simbólica da cidade;
6 – Há destruição dos Jardins do Palácio de Cristal quando a alameda principal deixa de estar desafogada, com espaços laterais e preservada de vistas de estranhos ao jardim, e passa a ter uma frente construída que destrói relações espaciais e perspectivas;
7 – Há destruição dos Jardins do Palácio de Cristal quando se introduzem transportes pesados nas alamedas, com as incompatíveis poluições visuais e sonoras associadas às cargas e descargas permanentes, e se introduz insegurança resultante do movimento dos veículos;
8 – Há destruição dos Jardins do Palácio de Cristal quando se coloca nos espaços exteriores maquinaria pesada, de refrigeração e ventilação forçadas, aliás como já hoje se verifica um apontamento nos espaços frontais ao pavilhão;
9 – Há destruição dos Jardins do Palácio de Cristal quando se contraria o PDM, que hoje apenas permite a possibilidade de pequenas construções para específico apoio ao uso dos espaços verdes, e se transforma aquele espaço verde público num espaço de carácter privado, de serviços empresariais e de “banqueting”.
Os fundamentos acima indicados reafirmam, objectivamente, a razão dos cidadãos que, desinteressadamente, lutam em defesa dos jardins públicos da cidade, contra uma administração abusivamente autoritária.
Justifica-se assim a iniciativa de Referendo Popular em curso, nesta fase em recolha de assinaturas para fundamentar a sua promoção, pelo que se apela à participação de todos os cidadãos que queiram ajudar a definir o futuro dos Jardins do Palácio de Cristal.
Por uma cidade democrática.

Esta manobra insere-se perfeitamente na tradição fascista que levou à destruição do Palácio de Cristal nos de 1950. Ou seja, posso, quero e mando, a mando de interesses já confessados: os das empresasa que irão tirar proventos do atentado. Além disso, é mais do mesmo levado a cabo pelos mesmos interesses, os protagonistas herdeiros da mesma mentalidade e cultura política, etc, etc..Não há respeito pelas pessoas e pelas coisas muito menos.
temos que lutar contra isto
mais pessoas a vigiar que tal?
;(