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Porto e Noroeste em Análise #3

Março 2012 * Porto e Noroeste 3

Sínteses e comentários de artigos ou notícias relacionados com o ambiente, urbanismo e natureza no Porto, Norte e Noroeste, redigidas por José Carlos Marques (jcdcm@sapo.pt). Os recortes completos podem ser consultados na Campo Aberto (www.campoaberto.pt), no horário referido em: https://www.campoaberto.pt/2012/01/17/horario-de-abertura-da-campo-aberto/

AROUCA.
Contestada transformação de praça em anfiteatro pelo Movimento em Defesa da Praça Brandão de Vasconcelos, em Arouca, através de ação cautelar que pede a suspensão das obras iniciadas em meados de fevereiro. São denunciadas irregularidades e sobretudo a descaraterização de uma praça que existe há cem anos. Como em muitas outras cidades portuguesas, a sanha requalificatória parece também ter-se apoderado do concelho, cujo presidente garante que o processo foi muito debatido e auditado publicamente e que a intervenção não vai parar. Ver: Público Local Porto de 21 de fevereiro de 2012.

MATOSINHOS.
Parque ecológico e horto municipal criados no Monte de S. Brás. Será uma zona verde de fruição livre e acesso gratuito, com recuperação de espécies existentes na mata, o desenho de percursos pedonais, e a instalação de estufas e de hortas biológicas que serão mantidas pelos serviços camarários. Segundo o presidente da Câmara, pretende-se que as hortas possam servir para mostrar aos alunos das escolas como se faz agricultura. No horto serão plantadas espécies que possam ser colocadas depois em jardins do concelho. Ver: Jornal de Notícias, 13 fevereiro 2012.

RIO MINHO.
Questões comerciais e biológicas da lampreia. Positiva ou negativa para a reputação da lampreia do Minho, em termos turísticos e comerciais, a importação de lampreia de França?
Uma reportagem que, lateralmente, permite tomar conhecimento de um projeto para a valorização de sete espécies do rio Minho, entre as quais a lampreia desenvolvido pelo Aquamuseu do Rio Minho. Segundo o biólogo Carlos Antunes, do Aquamuseu, não existie nenhuma prova científica de que a lampreia seja fiel ao rio onde nasceu, havendo, segundo a bióloga Carla Maia, lampreias a entrar no Douro que provavelmente nasceram no Minho. Ver: Público 12 fevereiro 2012.

PORTO.
Transportes: interface na Casa da Música. Vai ser criado o primeiro verdadeiro interface de transportes no Porto, junto à Casa da Música, mediante um protocolo entre operadores privados, STCP, Câmara do Porto, Autoridade Metropolitana de Transportes (AMT) e Metro do Porto. Para aí serão desviados os autocarros internacionais que saem atualmente da Praça da Galiza. Segundo Joaquim Cavalheiro, presidente da AMT, haverá uma uniformização do tarifário entre os vários meios de transporte. O objetivo geral do interface é o de tirar autocarros da cidade e sobretudo do centro, levando os passageiros a utilizar o metro. Deixarão também de existir as atuais garagens de autocarros no centro da cidade. Ver: Público Local Porto, 9 fevereiro 2012.

ESTA CIDADE NÃO É PARA PEÕES?
Cidades cortadas pelas vias rápidas. É uma crónica sobre Lisboa, mas há muitos locais do Porto a que ela assenta que nem luva. «Pouco mais de dois quilómetros, sempre em frente, entre dois jardins. O caminho? Praticamente intransitável. Intransitável para peões, entenda-se. É uma terra de ninguém, que exige atravessar vias rápidas sem passadeiras, caminhar ao longo de passeios inexistentes, aguentar os carros que passam a cem à hora a um metro de distância. Se digo… que fiz esse trajecto a pé dizem-me «Ah, mas isso não é para andar a pé… » «Porque não?» «Porque não foi feito para isso», dizem-me. «Porque não?» «Porque foi feito para carros.» É verdade. Toda a cidade foi feita para carros. Às vezes, há uma pequena mancha pensada para pessoas. Mas para lá chegar é preciso ir de carro. Ou, no melhor dos casos, de metro. A pé? Não, não foi pensado para isso.» Muito bem observado pelo cronista José Vítor Malheiros: «É de vias rápidas que se faz a dissolução da sociedade, da cidade, das vizinhanças, dos bairros, das relações, da solidariedade, das pessoas.» Ver: Público, 21 fevereiro 2012