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Boletim PNED de 21 de Junho de 2007

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BOLETIM PORTO E NOROESTE EM DEBATE
resumo das notícias de ambiente e urbanismo em linha

Quinta-feira, 21 de Junho de 2007

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Para os textos integrais das notícias consultar as ligações indicadas.
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1. Porto: Feira pode ficar no Queimódromo

A Associação de Feirantes do Distrito do Porto já apresentou a proposta para
a organização de uma feira mensal no terreno livre do Queimódromo à Empresa
Municipal Porto Lazer. A iniciativa foi comunicada, na passada sexta-feira,
numa reunião com representantes da entidade.
“A Porto Lazer ficou de estudar a nossa proposta e dar-nos uma resposta em
breve sobre a possibilidade ou não de criar um evento deste tipo no
Queimódromo. A decisão cabe ao Conselho de Administração da empresa”,
explicou Fernando Sá, presidente da Associação de Feirantes do Distrito do
Porto. Um cargo que agora acumulará com a liderança da Federação Nacional
das Associações de Feirantes. Foi eleito anteontem em Viseu.
O projecto da associação passa por criar um evento mensal ao ar livre, que
combine as actividades de mercado tradicional e de feira popular. Não é um
regresso ao passado. A vontade dos feirantes é trazer animação popular ao
Queimódromo, como teatro de rua, atracções musicais e divertimentos (que
estão presentes nas romarias), para além das bancas com produtos. Recorde-se
que o espaço do Queimódromo foi infra-estruturado para receber grandes
eventos ao ar livre, estando garantida a realização da Queima das Fitas
durante os próximos três anos.

Reunião em Gaia
A associação tem outro tema entre mãos, que concerne a outra margem do rio
Douro a recuperação do espaço, usado há vários anos pelos vendedores de
Canidelo, para que a feira possa continuar a realizar-se na freguesia de
Gaia aos domingos.
A beneficiação será paga pelos feirantes. Ontem de manhã, a Câmara gaiense
apresentou o projecto à associação e, na próxima quarta-feira à noite, será
mostrado aos feirantes. A reunião com os comerciantes, em que será definido
o futuro da feira, está marcada para as 21.30 horas no edifício da
Assembleia Municipal de Gaia. CSL

https://jn.sapo.pt/2007/06/21/porto/feira_pode_ficar_queimodromo.html

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2. Passeio esquecido há cinco anos sob a ponte

Carla Sofia Luz

Arequalificação da marginal ribeirinha do Porto, finalizada há mais de cinco
anos, deixou um pequeno troço inacabado. São apenas alguns metros sem
empedrado e esquecidos sob a ponte da Arrábida. Apesar da grande
visibilidade da área (não é apenas um espaço de passagem é procurado por
pescadores e por desportistas a pé e de bicicleta), o passar do tempo fez
com que a recuperação caísse no esquecimento.
No momento em que se iniciaram as obras da segunda fase de renovação da
marginal fluvial, a cargo da APOR – Agência para a Modernização do Porto – e
ainda no mandato do socialista Nuno Cardoso (os trabalhos começaram no final
de Maio de 2000), a ponte da Arrábida também estava a ser alvo de uma
intervenção. Os materiais de pintura e os andaimes ocupavam parte do
passeio, impedindo que a empreitada municipal entre a Alameda de Basílio
Teles e o Passeio Alegre chegasse a esse troço. Os trabalhos na marginal
ficaram concluídos no início de 2002, deixando o passeio inacabado.
“Quando fizeram o arranjo na marginal, deixaram aquele bocado por fazer.
Está assim há muito tempo e fica feio. As pessoas distraídas podem tropeçar
nos trilhos do eléctrico”, conta o pescador Almiro Rodrigues, olhando para o
espaço coberto por água. Como ficou por calcetar, a área tem um declive.
Quando chove, a água empossa, formando um lago entre os trilhos.
O problema foi abordado, anteontem, na reunião da Câmara do Porto pela CDU.
O vereador Rui Sá apresentou uma proposta de recomendação para a rápida
beneficiação da área, considerando “inadmissível” que o problema se mantenha
há cinco anos. “Constitui uma situação de gritante desmazelo”, argumentou
Rui Sá, lembrando que a falta de pavimentação “propicia a ocorrência de
acidentes”. A proposta mereceu a concordância do vereador do Urbanismo e
Mobilidade, Lino Ferreira, que se comprometeu a apresentar uma solução para
o problema na próxima reunião do Executivo, que se realiza no dia 3 de
Julho.

https://jn.sapo.pt/2007/06/21/porto/passeio_esquecido_cinco_anos_a_ponte.html

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3. Matosinhos: Nova rede viária “abriu” o Bairro da Biquinha

Reis Pinto, Joana Bougard
O Bairro da Biquinha “abriu-se”, ontem, à cidade de Matosinhos, com a
inauguração de novas acessibilidades. Para os “forasteiros”, é possível
agora, descendo a Estrada da Circunvalação, aceder ao centro cívico da
cidade. Para os moradores do bairro, deixou de haver ruas sem saída e todos
os prédios ficam agora face a uma rua. A Norte, o presidente da Câmara de
Matosinhos, Guilherme Pinto, abriu ao trânsito cerca de dois quilómetros de
uma estrada que põe Santa Cruz do Bispo “no coração económico da Área
Metropolitana do Porto” e cuja rede viária está a despertar a atenção de
investidores estrangeiros.
A requalificação da Biquinha, que implicou a abertura de novos arruamentos
interiores e o arranjo de toda a envolvente do bairro, trouxe uma novidade à
Rua de D.Nuno Álvares Pereira, que passou a ter apenas um sentido o de
entrada na cidade de Matosinhos.
“O investimento foi de cerca de 2,5 milhões de euros, mas, a partir de hoje
[ontem] o bairro está integrado na malha urbana da cidade. A Autarquia
gastou, nesta zona e em dois anos, cerca de cinco milhões de euros, onde se
incluiu a construção do eixo Norte/Sul”, revelou Guilherme Pinto.
Para a Câmara, a nova ligação facilitará o acesso ao Centro Cívico de
Matosinhos, onde se localizam a repartição de Finanças, o tribunal, e a
biblioteca, entre outros serviços.

Atrair investimentos
Em Santa Cruz do Bispo, abriu ao trânsito, com um atraso de seis meses
(tempo necessário para realojar dois casais de idosos), um troço com dois
quilómetros de via, que permite “operacionalizar” um total de seis
quilómetros de estradas. A freguesia ficou, assim, com uma ligação directa a
Leça da Palmeira, mas também às freguesias vizinhas de Guifões e Perafita.
“Desde Novembro do ano passado que a freguesia já estava a cinco minutos do
centro da cidade através da rede viária nacional [leia-se Via Regional
Interior e A4] e, agora, também da rede municipal. Hoje [ontem] entram em
funcionamento cerca de seis quilómetros de vias situadas em pleno coração
económico da Área Metropolitana do Porto, localizada entre o porto de
Leixões e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro”, referiu Guilherme Pinto.
O autarca revelou ainda, que as novas acessibilidades têm atraído a atenção
de investidores de “todo o Mundo”.
“A face mais visível desse investimento é espaço comercial Ikea, mas esta é
uma zona que vai “explodir” em actividade económica. Junto à loja da Ikea
está a ser construído um horto com característica inovadoras e há uma
intenção de investimentos para terrenos em frente à Jomar. Mas só dentro de
alguns meses poderemos concretizar”, destacou Guilherme Pinto.

https://jn.sapo.pt/2007/06/21/porto/nova_rede_viaria_abriu_o_bairro_biqu.html

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4. Norte: Lage defende articulação no turismo

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte
(CCDR-N) destacou ontem que o potencial turístico daquele território pode
ser dinamizado por uma correcta articulação entre os vários fundos nacionais
e comunitários disponíveis.
Falando durante a apresentação, no Porto, do Programa de Intervenção do
Turismo (PIT), Carlos Lage afirmou que, “apesar das reconhecidas aptidões
para o turismo e de ter todas as condições para ser um destino turístico de
grande atractividade, o Norte de Portugal acordou há poucos anos para o
turismo, que ainda é uma actividade com pouca expressão”.
Respondendo a críticas de alguns dos presentes relativamente aos destinos e
produtos turísticos priorizados pelo PIT, que consideraram menosprezar o
Norte, Carlos Lage destacou que os projectos da região podem e devem
candidatar-se não só aquele programa, mas também ao Programa Operacional
Regional do Norte (PO/Norte), que tem disponíveis fundos na ordem dos 2,7
mil milhões de euros.
Já a directora do Turismo de Portugal, Teresa Ferreira, respondeu às
críticas afirmando que “o Norte está contemplado com imensos produtos
turísticos estratégicos” e que, para o organismo a que preside, as
prioridades definidas no PIT “são as que melhor permitem responder a uma
procura turística qualificada”.
Nuno Santos, vogal do conselho directivo do Turismo de Portugal, considerou,
durante a apresentação do PIT, que o programa é “especialmente
diferenciador”, seguindo o princípio de que os investimentos públicos “geram
externalidades maiores e mais significativas” do que os privados.

https://jn.sapo.pt/2007/06/21/porto/lage_defende_articulacao_turismo.html

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5. Rio Tinto: Décima morte em menos de um ano na via-férrea

Hugo Silva

O atropelamento mortal de um homem, com 65 anos, na passagem de nível da
Quinta das Freiras, ao final da manhã de ontem, elevou para 10 o número de
mortes que, em menos de um ano, ocorreram na linha ferroviária que atravessa
Rio Tinto, em Gondomar. Na freguesia mais populosa do concelho e uma das
mais populosas da Área Metropolitana do Porto, com quase 50 mil habitantes
(dados do Censos de 2001), reclama-se o fim das passagens de nível. Há pouco
mais de uma semana, uma mulher, aparentando cerca de 70 anos, tinha morrido
junto ao atravessamento do Caneiro.
“Passa muita gente a pé por aqui. Nos dias que correm, isto já não se
admite. Deviam fazer uma passagem desnivelada”, protestava, ontem à tarde,
junto à Quinta das Freiras, um morador que preferiu manter o anonimato.
Serafim Fonseca, subchefe dos Bombeiros Voluntários da Areosa/Rio Tinto,
explicou que o acidente mortal aconteceu pelas 12.30 horas e que a via
ferroviária no sentido Porto/Ermesinde esteve cortada até cerca das 16
horas. Durante três horas e meia a circulação ferroviária processou-se
apenas por uma via.
A vítima, cujo corpo foi projectado cerca de 50 metros do local do
atropelamento, teve morte imediata, sendo infrutífera a intervenção do INEM.
A passagem de nível da Quinta das Freiras é unicamente pedonal, ao contrário
da do Caneiro, que também é rodoviária. Situada a meio de uma longa recta
entre as estações de Rio Tinto e de Contumil (Porto),torna-se ainda mais
perigosa uma vez que, naquela zona, os comboios atingem velocidades muito
elevadas.
“As pessoas de idade, que têm dificuldades em andar, correm muito perigo.
Pensam que têm tempo para passar, mas isto é uma fracção de segundos”,
atentou outro morador. O atravessamento da linha é constante.
Conforme noticiámos aquando do caso mortal do passado dia 11, a linha férrea
também é usada por dezenas de pessoas, diariamente, como atalho. Muita gente
caminha nos caminhos contíguos aos trilhos ou nos próprios carris,
potenciando situações de grande risco. Nem as placas colocadas pela REFER
informando da proibição de circular pela linha parece terem efeito.

Multa até 3000 euros
É proibido circular pela linha ferroviária e quem cometer tal infracção
arrisca-se a ser multado. De acordo com a legislação em vigor, o valor da
multa a pagar varia entre os 250 e 3000 euros. O facto da infracção estar
sujeita ao pagamento de uma coima (decreto-lei 276/2003 de 4 de Novembro)
está explícito nas novas placas metálicas colocadas pela Refer em alguns
pontos da ferrovia.
Conforme o presidente da Junta de Rio Tinto, Marco Martins, explicou ao JN,
a linha férrea é usada diariamente por muitas pessoas, que se servem dos
trilhos e dos caminhos contíguos para encurtar distâncias, designadamente
nos trajectos até ao centro comercial Parque Nascente. A Junta já solicitouà
Refer a colocação de obstáculos para dificultar o acesso de peões à linha do
comboio.

https://jn.sapo.pt/2007/06/21/porto/decima_morte_menos_um_na_viaferrea.html

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6. Viseu: Museu do Quartzo quase concluído

O edifício do Museu do Quartzo, o único no mundo dedicado a este mineral, em
construção no Monte de Santa Luzia, em Viseu, está praticamente concluído,
anunciou ontem o presidente da autarquia, Fernando Ruas.
Orçado em cerca de um milhão de euros, o Museu do Quarto está a ser
construído desde Setembro de 2006 num local onde durante décadas existiu uma
exploração daquele mineral, ao qual a Câmara de Viseu pretende dar vida.
Numa visita realizada ao Monte de Santa Luzia em finais de Janeiro, o
coordenador científico do museu, o geólogo Galopim de Carvalho, tinha
referido que este estaria pronto a 1 de Junho. Apesar de tal não se ter
concretizado, Fernando Ruas garantiu hoje aos jornalistas que o museu “está
mesmo na fase final em termos da estrutura física”.
“O que nos preocupa mais agora são os conteúdos. Fizemos as gavetas, agora o
trabalho mais complicado é enchê-las com os conteúdos”, frisou o autarca.
Segundo Fernando Ruas, já há uma equipa a fazer esse trabalho, tendo mesmo a
autarquia admitido “uma engenheira de minas que vai trabalhar no
equipamento”.
“Da nossa parte temos tudo mais ou menos preparado para o pôr a funcionar.
Está mesmo na fase final, agora vamos, com a Ciência Viva, escolher os
conteúdos para o encher”, acrescentou.
Galopim de Carvalho tem-se referido ao Museu do Quartzo de Viseu como sendo
“único à escala mundial”, já que “não há em qualquer cidade do mundo um
único museu dedicado a uma espécie de mineral”. Segundo o que explicou o
geólogo no dia da visita, num primeiro momento o museu será “muito virado
para o público em geral e escolas, de interesse vocacionado para a pedagogia
e cultura”.
No entanto, o futuro poderá passar também por “encontrar parcerias com as
universidades do país e constituir ali o centro da comunhão da investigação
científica do quartzo ao nível nacional”.

https://jn.sapo.pt/2007/06/21/norte/museu_quartzoquase_concluido.html

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7. País: Modelo de negócio para o TGV assenta em parcerias público-privadas
Menos 600 milhões de euros

O projecto do TGV em Portugal vai custar menos 600 milhões de euros do que o
inicialmente previsto. O modelo apresentado ontem prevê seis parcerias
público-privadas para um prazo de 40 anos para a concepção, construção,
exploração e financiamento da rede.
O modelo de negócio para a rede ferroviária de alta velocidade assenta em
seis parcerias público-privadas, o que vai permitir reduzir em 600 milhões
de euros o investimento previsto, anunciou ontem o administrador da Rede de
Alta Velocidade (Rave).
Para o eixo Lisboa-Porto a Rave prevê, no modelo apresentado ontem, que
sejam gastos 4,5 mil milhões de euros, em vez do 4,7 mil milhões previstos,
e 2 mil milhões para ligação Lisboa-Caia, excluindo terceira travessia do
Tejo, contra os 2,4 mil milhões previstos.
O modelo de negócio apresentado conta com parcerias publico privadas (PPP)
para um prazo de 40 anos para a concepção, construção, exploração e
financiamento da rede ferroviária de alta velocidade portuguesa.
A Rave anunciou que a rede portuguesa estará segmentada em 5 troços, dois no
eixo Lisboa-Porto, dois no eixo Lisboa-Madrid e um troço do eixo Porto-Vigo.
A cada um corresponde uma PPP, sendo que estes cinco troços representam 90 a
95 por cento do investimento total. Os sistemas de finalização e
telecomunicações são autonomizados numa única PPP.
Segundo este modelo de negócio, o Estado fica responsável pela aquisição de
material circulante (comboios) que alugará aos futuros operadores.
A nível político, o PS requereu a audição parlamentar “com carácter de
urgência” do ministro das Obras Públicas, para Mário Lino prestar
esclarecimentos sobre o modelo de financiamento da rede ferroviária de alta
velocidade.
Num requerimento enviado ao presidente da comissão parlamentar das
Obras Públicas, o grupo parlamentar socialista assinala a importância
daquele equipamento, que implicará “um investimento extraordinariamente
significativo”.
“Torna-se crucial que a Assembleia da República seja cabalmente informada
sobre as opções do Governo nesta matéria”, sublinham os socialistas no
requerimento.
O vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro disse tratar-se da
altura ideal ouvir Mário Lino sobre esta matéria, já que este “é o momento
do debate dos vários modelos”.

https://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=45c48cce2e2d7fbdea1afc51c7c6ad26&subsec=&id=da04821ee6d7d5d68cddbe4f44540060

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8. Vila Nova de Gaia: Estado não cumpre compromissos

O Governo não está a transferir as verbas acordadas no Programa Polis de
Vila Nova de Gaia. Luís Filipe Menezes denunciou esta “atitude muito
injusta” para com a Câmara de Gaia numa visita às obras da marginal
Afurada – Canidelo e da VL2, inseridas no Polis.
Lúcia Pereira

O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, acusou ontem o Poder
Central de incumprimento dos compromissos financeiros contratualizados no
âmbito do Programa Polis de Vila Nova de Gaia. “Há uma percentagem enorme de
obras que, infelizmente, é feita pela câmara. Acabamos de fazer um
aprovisionamento financeiro de mais dois milhões de euros na Gaia Polis,
porque o Estado sistematicamente não cumpre os seus compromissos”, afirmou o
autarca, à margem de uma visita às obras da marginal de Canidelo e da VL2,
inseridas no programa Polis.
Luís Filipe Menezes classificou como “escandalosa” a situação de Vila Nova
de Gaia, acrescentando que parte dos projectos só existem porque “a Câmara
teve a imaginação de os assumir como concepção, construção e exploração e em
muitos casos fazer aprovisionamentos financeiros sistemáticos”. O autarca
apontou como exemplo o caso da VL2 (ligação da corta alta na Rua da Bélgica
até à marginal no Cabedelo) e a marginal de Canidelo. “Ainda agora fizemos
um aprovisionamento de dois milhões euros, se não parava tudo. Não apenas o
que custa dois milhões de euros, porque as obras estão engatadas umas nas
outras. A câmara injectou mais dois milhões de euros contra tudo o que
estava contratualizado”, afirmou, confessando não ter “condições políticas”
para parar o projecto.
Menezes atribuiu a escassez de verbas para o programa de requalificação
urbanística ao número elevado de cidades contempladas. “O projecto Polis
nasceu para três ou quatro cidades. Quando por pressões políticas a que
normalmente os governos socialistas são muito sensíveis se passou para se
passou para 30 ou 40 cidades, passou a não haver dinheiro, fundos
comunitários e orçamento de Estado”, disse.

Obras em curso
Luís Filipe Menezes falava numa visita às obras da VL2, via estruturante que
vai desembocar num parque de estacionamento em frente ao Cabedelo, de onde
vai partir o acesso à marginal entre a Afurada e Canidelo, que terá uma
componente pedonal, próxima do rio, e uma rodoviária, numa cota um pouco
mais alta. O vale será preservado como zona ecológica e terá um Parque
Ornitológico. “Era extremamente complexo entrar e sair daqui”, lembrou o
autarca, acrescentando que estas obras conjuntamente com a futura via
panorâmica que vai ligar a VCI ao Cais do Cavaco tornarão mais fácil a
fluência de tráfego entre a zona de lazer e turismo da beira-rio e as zonas
urbanas da cota alta. Menezes salientou ainda que as novas vias implicam
também a reabilitação urbana e que as novas infra-estruturas aproximam não
só os gaienses, mas também as gentes da Área Metropolitana do Porto do Rio
Douro.

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Polis
Empreitadas emblemáticas
A inauguração da VL2 está prevista para o próximo dia 25 de Julho. A via
custou 800 mil euros e resultou de negociações complexas durante vários anos
com os proprietários dos terrenos. Segundo Menezes, à infra-estrutura estão
“acoplados três licenciamentos de projectos imobiliários de muito qualidade,
de um grupo israelita, da Saviotti e da ESAF”. A marginal de Canidelo vai
custar dois milhões de euros e deverá ficar pronto até ao final do ano. “São
duas empreitadas emblemáticas do ponto de vista da reabilitação urbana”,
disse o autarca, considerando que juntamente com a reabilitação total da Rua
da Bélgica e da Rua Marques Gomes (com concursos já lançados pela Câmara) e
com a futura via panorâmica (que será financiada por privados) o sistema
rodoviário urbano ficará estabilizado alguns anos.

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Menezes contra TGV
Luís Filipe Menezes voltou a criticar a opção pelo TGV em Portugal,
defendendo que o investimento poderia ser aplicado noutras áreas. “Estamos a
falar de oito mil milhões de euros. Duzentos milhões de contos vezes oito.
Isso dava para fazer todo o parque escolar português ao nível da Finlândia,
dava para fazer mil creches, para fazer mil centros de dia e ainda sobravam
quatro mil milhões de euros para colocar bem a rede rodoviária nacional que
fora dos itinerários principais e complementares está um caos e para
investir nas pequenas e médias empresas”, afirmou o autarca de Gaia, que
falava à margem de uma visita às obras Polis a decorrer em Canidelo. Menezes
desvalorizou o facto do TGV ser pago ao longo de 20 ou 30 anos, considerando
que seria possível montar uma engenharia financeira idêntica para fazer mil
escolas e creches. “Certamente, os portugueses vão ficar muito felizes por
chegarem em menos dez minutos ou um quarto de hora a Lisboa ou por virem ao
Porto visitar uma cidade que vai deixar de ter televisão pública, que não
tem bancos, que não tem empresas, nem actividade económica”, ironizou.
Apontando os exemplos de países como a Noruega, a Suécia e a Dinamarca, Luís
Filipe Menezes salientou que o “TGV é claramente um meio de transporte de
países de dimensão continental em que por razões de extensão territorial e
por razões da competitividade em termos de custos com o avião é um
transporte alternativo. Portanto, é um transporte do centro da Europa”. Para
o autarca, não é despiciente o facto das grandes multinacionais europeias e
americanas ligadas ao sector terem pressionado a União Europeia para a
construção de comboios de alta velocidade.

https://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=eccbc87e4b5ce2fe28308fd9f2a7baf3&subsec=&id=369e8cbf6c6ec9a106843976040d66eb

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9. Porto: Associação de utentes esteve com Isabel Oneto

A reunião entre o Movimento de Utentes da STCP e a Governadora Civil do
distrito, Isabel Oneto, trouxe uma nova esperança para os utentes
descontentes com a nova reestruturação. A Governadora promete ser uma
mediadora entre o movimento e a STCP.
José Sá Reis

Foram enviadas quatro cartas pelo Movimento de Utentes dos Transportes da
Área Metropolitana do Porto (MUT – AMP) antes de se efectivar o encontro
pretendido – e concretizado ontem, ao início da tarde: a 19 de Janeiro, 21
de Abril, data que fora aceite pelo Governo Civil do Porto, mas cuja agenda
não permitira aos membros do MUT – AMP tal reunião, a 11 de Maio e (a
última) 14 de Junho.
O assunto era comum a todas elas: “A nova rede do Serviço de Transportes
Colectivos do Porto (STCP) de 1 de Janeiro de 2007” – data da entrada em
vigor da reestruturação das linhas urbanas de autocarros.
Seis meses depois, o “drama” mantém-se. Segundo o MUT – AMP, nada ainda foi
feito “de relevante” – “apenas uma ou outra reestruturação pontual, como a
registada em Rio Tinto, por exemplo”. Mas nada mais. Um “período temporal”
que, segundo o movimento, “não se justifica, já que os utentes têm mostrado
insistentemente o seu descontentamento através de manifestações e abaixos –
assinados” levados à Administração da STCP.

Semana para pensar
A reunuião de ontem juntou à mesma mesa a Governadora Civil do Porto, Isabel
Oneto, e três representantes do MUT – AMP. Do encontro, um “primeiro passo”
para a resolução do problema: “O Governo Civil do Porto mostrou-se
disponível – na figura da responsável Isabel Oneto – para servir de
mediadora neste processo”. Uma mediação que só avança, segundo André Dias,
elemento ouvido pelo JANEIRO no final da reunião, se “o movimento apresentar
os problemas concretos das novas linhas apresentadas”. Uma competência que
não cabe ao MUT – AMP, mas “à STCP, que já deveria ter feito este estudo e
apresentado aos orgãos competentes”.
Para além da supressão de algumas linhas ou troços de linhas essenciais, o
Movimento mostra-se contra “o tarifário que é pago, o novo sistema de
bilhética utilizado – os cartões electrónicos – e contra as paragens
construídas, que não protegem os utentes do frio e da chuva”. Mas, por
agora, e durante a semana que a Governadora lhes deu para redigirem as
“medidas concretas”, o MUT – AMP promete “reunir para melhor reflectir sobre
esta proposta”.

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A saber
Viagens abusivas
André Dias e José Carvalho, do MUT – AMP, acusam ainda “algumas companhias
de transportes de passageiros” de utilização abusiva das paragens e lugares
de estacionamento da cidade do Porto. “Temos conhecimento que algumas
companhias concelhias, como a Resende ou a Maia Transportes, fazem serviços
dentro do Grande Porto, com veículos mais poluentes e com a alegada
negligência da STCP”.
Mas, que nem tudo são espinhos neste assunto, o MUT – AMP destaca “a
excelente iniciativa da STCP na introdução dos veículos a gás natural”, mais
amigos do ambiente e “com carácter formativo junto dos seus utilizadores”,
frisa Dias.

https://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=eccbc87e4b5ce2fe28308fd9f2a7baf3&subsec=&id=434b8fd0387f422e56fabb44a2ba1ce3

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INFORMAÇÃO SOBRE O BOLETIM INFOPNED:

Acima apresentam-se sumários ou resumos de notícias de interesse
urbanístico ou ambiental publicadas na edição electrónica do Jornal
de Notícias e d’O Primeiro de Janeiro (e ocasionalmente de outros
jornais ou fontes de informação).

Esta lista foi criada e é animada pela associação Campo Aberto, e
está aberta a todos os interessados sócios ou não sócios. O seu
âmbito específico são as questões urbanísticas e ambientais do
Noroeste, basicamente entre o Vouga e o Minho.

Selecção hoje feita por Alexandre Bahia

=============== PNED: Porto e Noroeste em Debate ===============